quinta-feira, 5 de março de 2015

I'm lost!

O primeiro dia em Dublin merece até virar um livro...


Após almoçar Robbie me levou para conhecer a Universidade onde estou estudando. O lugar é incrível, enoorme! Demorei uns quatro dias para aprender a andar ali dentro e me encontrar quando fosse necessário...



Entrada da Universidade
Entrada da Universidade número 2
Em seguida, era a hora de comprar roupas quentes.. afinal, quando cheguei, a temperatura estava bem baixa, por volta de -10, -15 graus. Nem se eu colocasse todas as roupas que trouxe seria suficiente! Então desci do carro, fui ao supermercado carregar o Lip Card (cartão de ônibus que o Robbie me emprestou, pois aqui se paga o ônibus ou com o cartão ou com moedas. Ele falou que 5 euros seria suficiente para eu ir e voltar do Centro. Assim eu fiz!

Nem precisa falar que Dublin é muito organizado né?! No ponto de ônibus, através desse painel é possível saber os ônibus que passam por aquele ponto e em quanto tempo eles estarão alí. A precisão é impressionante!
Peguei o ônibus e fui fazendo o reconhecimento da cidade.. mas claro que um pensamento não saída da minha cabeça: eu sozinha em um país diferente indo para um tal de City Center (Centro da Cidade) sem conhecer nada.


Com a ajuda de uma colega que mora em Dublin há algum tempo, desci em uma das principais avenidas da cidade, sempre em contato com ela. Íamos nos encontrar para que ela me ajudasse a comprar roupas bem quentinhas!

Porém... o inesperado aconteceu, a internet parou de funcionar.
Foi então que resolvi ir ao Mc Donald's pegar emprestado a internet (Wifi) e tentar marcar com ela em algum lugar. Porém, para fazer uso do Wifi precisava cadastrar o número do telefone e adivinhem? O número novo estava em casa junto com o papel que tinham as informações da casa, horário de jantar, horário de banho, endereço... (Porém, estava tranquila pois no celular eu tinha o endereço e o telefone do Robbie, para caso precisasse falar com ele. Foi quando resolvi desconectar e conectar a internet novamente e aí finalmente conectou. Lembrando que sai de casa apenas para ir até a Universidade, então não estava preparada para passear ou ir em algum lugar sozinha!

Como minha colega iria demorar a chegar pois ainda estava trabalhando, ela me ensinou ir a Penney's. Uma loja de departamento em que você encontra de tudo e com preços beem acessíveis. Porém, é necessário saber o que comprar, pois há bastante coisa que não tem qualidade muito boa. Com o tempo passando, vi que não conseguiria chegar para o jantar as 18:00 pm. Fiquei sem graça, já que em meu primeiro dia não faria companhia ao Robbie, já que sua esposa estava viajando e só volta no sábado. Mas como nem se eu pegasse um ônibus naquele momento eu conseguiria chegar, mandei uma mensagem e então ele falou que não teria problema. Até perguntou que gostaria que guardasse o jantar (sim, aqui eles tem o costume de deixar o jantar no forno para quando você chegar da rua).

Então escolhi com calma tudo e quando a minha colega chegou, decidi o que levaria ou não e partimos para conhecer o Temple Bar. Fomos a um Pub... ela tomou um Pint (eu provei o dela, mas não gostei.. o Pint que ela pediu é uma cerveja com laranja, não sei ao certo) e em seguida fomos em outro Pub, onde um Pint e uma pizza custam 10 euros. Claro que eu fiquei com a pizza!


Conversa vai e conversa vem e resolvemos ir embora, até porque já era por volta de 8:30 pm, 9:00 pm e eu estava muito cansada, pois a viagem é cruel. Então fomos para o ponto de ônibus, ao tentar localizar qual seria o ideal para chegar ao meu destino, através do celular, ambos estavam sem bateria. Fomos a um ponto e esperamos cerca de 10 minutos. A localização do mesmo eu achei estranha, pois ele estava no mesmo sentido que eu peguei para chegar ao Centro. Na minha cabeça eu teria que ir para a rua em que vai para o sentido oposto, maaas essa minha amiga mora já faz algum tempo na cidade, então fiquei na minha. Como eu sabia que poderia pegar o ônibus 9 ou 13, resolvi pegar o 13, pois era o que eu tinha pego para chegar no Centro.

Certa que chegaria logo em casa, o ônibus parou em um lugar beem isolado. Quando percebi, não tinha mais ninguém no ônibus e a motorista veio me falar que já era o ponto final. Desesperada, eu falei para ela que precisava ir para Dublin 11, próximo a DCU. Porém, ela falou que não poderia fazer nada, que não tinha nada com isso e que eu tinha que descer do ônibus e aguardar o outro. Perguntei qual ônibus deveria pegar, então ela falou o de número 9 e que passaria daqui 10 minutos.

Desci do ônibus meio perdida e fiquei esperando no ponto, uma espécie de rotatória em um lugar escuro e muito isolado. Eu estava apenas com minha bolsa e com a sacola de compras. Então eu caí em mim e pensei: Meu Deus! Onde eu estou? E quando eu pensava que as coisas não poderiam piorar, lembrei que eu não tinha moedas e que carreguei o cartão do ônibus com apenas duas passagens, ou seja, já havia esgotado. Algumas poucas pessoas passaram pelo local. Até cogitei a possibilidade de abordá-las e perguntar se elas não trocavam nota por moedas para eu pegar o ônibus, mas pensei que poderia ser perigoso. 

Foi quando olhei para o céu e pensei: como vou sair daqui? Será que se eu for andando até uma via principal eu consigo pegar um taxi? Mas como vou pegar um taxi? Eu não tenho o endereço anotado. O endereço estava no telefone e lembrando, o celular estava sem bateria. 

Neste momento outro ônibus parou no mesmo lugar que o que eu havia descido.. 
Na rua não havia ninguém, uma ou outra pessoa passava...
E novamente olhei para o céu e pensei: meus pais podem ver esse mesmo céu que eu, mas não posso me comunicar com eles. Falar onde estou. Dizer que estou perdida.

E poucos minutos depois, ao esperar o ônibus percebi que o de número nove seria o mesmo que peguei, mas que a motorista me mandou descer. Ela foi bem grossa comigo e nem me escutaria caso falasse que não tinha moedas. Então o próximo ônibus que passou eu fiz sinal e perguntei se passava no meu destino. Ele falou que não, mas que poderia me deixar no Centro. Lá tinha mais opções de ônibus. Porém, expliquei para ele que era intercambista, que tinha chegado hoje e que não tinha moedas, apenas dinheiro em nota. Ele nem pensou em negar e já falou que poderia subir, que não iria cobrar. 

Sentada no ônibus a espera do meu ponto, por duas vezes o motorista pediu informações para dois passageiros que embarcaram sobre a localização que eu precisava ir. (Lembrando que as pessoas aqui não sabem dar informações e muito menos se localizarem. Se tiver um bar na esquina da rua da sua casa, eles não saberão o nome e nem a localização). Acostumada com a violência do Brasil, comecei a ficar mais nervosa, agora não é apenas o motorista que não sabe que não sou daqui, mas dois moços. 

O segundo a ser questionado pelo motorista logo veio até mim e perguntou para onde eu ia e me explicou o que eu deveria fazer. Ele desceu no mesmo ponto que eu precisava e me explicou que ônibus deveria pegar. Porém, lembrei a ele que não tinha moedas. Ele até viu se ele teria para trocar comigo, porém, não tendo, me indicou ir em um shopping na rua e trocar, pois daria tempo, já que o ônibus só chegaria em 10 minutos. Andando na rua e não vendo shopping, vi que tinham vários taxis na rua. Até pensei em pegar um, pedir para me deixar próximo da DCU, mas lembrei que não tinha o endereço correto. Então entrei em qualquer restaurante e fiz a troca do dinheiro.

Voltando para o ponto, logo passou o ônibus e adivinhem? A mesma motorista que me mandou descer do ônibus no ponto final. Logo que entrei, ela perguntou se eu era a menina que estava no ponto. Falei que sim e perguntei o valor da passagem... Ela gentilmente disse não precisar pagar. 
Então sentei e pensei: Graças a Deus, dentro de minutos estarei em casa... isso porque já tinham passado cerca de 2 horas tentando chegar em casa.

Cheguei em frente a DCU, desci e logo vi o supermercado, a farmácia e as lojas de fast food que tem logo na entrada da rua e que uso para me localizada. A rua dá acesso a casa que estou hospedada. Continuei meu percurso, com um pouco de medo, pois já era quase 11:00 pm e a rua não é muito iluminada e não tinha movimento. (Lembrando que no Brasil um lugar com essas condições é muito perigoso). Após chegar ao final da rua, vi que não tinha ido para o lugar certo, foi quando eu pensei: agora eu estou muiiito perdida, pois não tenho celular para ligar para o Robbie, não sei o número dele e não tenho o endereço.
Respirei fundo e fiz o caminho de volta até os fast foods...

Entrei em um cujo nome é Macarrone's e expliquei para o atendente que precisava chegar em casa, mas para isso precisava fazer uma ligação, porém, meu celular estava sem bateria. Perguntei se ele não teria um carregador. Já desacreditada que ele teria, pois aqui maior parte das pessoas usam Iphone, já cogitei outras possibilidades: ou eu procurava a polícia e falava que estava pedida, então eles provavelmente iriam me direcionar para a imigração. Ou falava que estava hospedada na casa de um policial, informava o nome e a região que ele mora, então eles provavelmente teriam o seu contato e endereço, ou ainda eu ia para a Universidade, encontrava um cantinho e alí eu esperava até o dia amanhecer e buscava informações da minha Hosty Family na recepção da DCU.

Mas graças a Deus o atendente, muito simpático e prestativo, voltou com o carregador. Então coloquei o celular para carregar por algum tempo e liguei para o Robbie. Expliquei que estava perdida e falei onde estava e para variar, ele não sabia onde era o fast food.
Então passei o celular para o atendente explicar a localização.

Após desligar o celular, o atendente falou que colocaria o endereço no Google Maps do celular, para eu conseguir chegar até lá, porém, novamente o celular desligou. Então colocamos mais um vez para carregar.

Enquanto isso, o próprio atendente pegou seu tablet e me mostrou no mapa o caminho que deveria seguir. 

Esperançosa e certa que chegaria, sai do Fast Food e segui as orientações... porém, ao chegar ao final da rua indicada sim a numeração da casa, porém, não era aquela casa a que eu estava hospedada. 

Mais uma vez respirei fundo, e pensei: vou voltar noovamente para o Fast Food...
Quando já estava voltando passa um carro e adivinhem? Era o Robbie me procurando pelas ruas de Dublin, rs.

Finalmente cheguei em casa, pedi desculpas a ele, já que ela é o meu responsável enquanto eu estiver hospedada em sua casa, descobri que eu não fui a primeira a me perder, tomei um copo de água e pensei: vou ficar um bom tempo sem sair de casa. Será apenas da casa para a Universidade e da Universidade para a casa. (Que nada, na segunda-feira já fui para o curso andando com o auxílio do GPS por um novo caminho, voltei pelo caminho que havia me perdido e na quarta-feira já fui ao centro novamente).

O que aprendi com isso?

Bom, que antes de sair de casa não pode faltar na bolsa: carregador de celular, carregador portátil, mapa, endereço, telefone e demais informações anotadas em um papel, de preferência um mapinha de onde você está hospedada, onde você estuda, já que aqui nem os taxis sabem direito a localização dos lugares.

Lembrando que tudo isso aconteceu no meu primeiro dia, quando eu não tinha muito contato com o idioma, não era familiarizada com o sotaque... Mas graças a Deus eu consegui me virar.
A vivência em outro país é mais ou menos assim... um teste de sobrevivência, contato com outros costumes, outras comidas, outra realidade...

Mas volto a dize:, se fosse fácil, talvez nem teria graça!
Nós sofremos mas nos divertimos...
Como diz no grupo de apoio dos Alcoólicos Anônimo: Mais um dia vencido!

3 comentários:

  1. E os próximos serão vencidos, como se fossem os primeiros.
    Bejinhos,
    Tia Otília

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  2. Nossa que situação logo no 1 dia.
    Mais com esse tipo de dificuldade que crescemos e aprendemos..
    Parabéns pela determinação.

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