quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Brechós são a melhor forma de economizar e ajudar instituições de caridade

Texto escrito a pedido da minha amiga jornalista Rosimara Marinho para o seu blog. Ele é resultado da repercussão da reportagem Bazar e brechós viram febre e vendas crescem 210% em todo país do Blog Rosimara Marinho.

Diferente dos Estados Unidos, a Europa não é o melhor lugar para ir às compras. Apesar de existirem produtos com preços mais em conta que os encontrados no Brasil, a cultura da escolha por brechós é sempre melhor, ainda mais se você veio com a intenção de poupar dinheiro. Até porque, por aqui todas as roupas e produtos são bem conservados e alguns possuem até etiqueta. A economia, portanto, pode ultrapassar a 80%. 

Para início de conversa, na Europa em geral possui dois tipos de segmentos, que se não conhecidos podem causar um nó na cabeça. Então vamos lá! Existem as categorias Vintage Store e Thrift Store (ou Second Hand). A primeira não é o lugar onde você vai encontrar roupas com preços em conta, mas produtos de períodos passados e bem conservados (pré-selecionados e com certo valor histórico). Em Dublin eu só tive a oportunidade de conhecer uma loja voltada para este segmento. Elas pagam taxas normais de impostos, tem funcionários contratados e às vezes encomendam produtos de outros países.

Essa rede de Brechós está espalhada por toda
 a Irlanda e é a minha preferida!
Enquanto a Thrift Store é a nossa praia mesmo, preços baixos e roupas para serem utilizadas em todas as estações do ano, principalmente peças de inverno, que são roupas mais caras. Um casaco em uma loja normal, por exemplo, varia entre 30 e 100 euros (podendo encontrar preços ainda mais altos), enquanto um casaco de qualidade similar em uma Second Hand é possível pagar até 20 euros por ele. Essas lojas estão presentes nos bairros mais movimentados da cidade e em determinadas ruas é possível encontrar quase que uma ao lado da outra. Elas geralmente têm ajuda do governo, como taxas reduzidas, os empregados trabalham sem salário e os produtos são doados.

Tanto um quanto o outro é necessário paciência e tempo, pois há muitas coisas boas, mas também outras que não se adequam ao nosso gosto. O ideal é tirar um dia para visitar essas lojas e se programar para ir pelo menos uma vez por mês, pois sempre tem novidades. 

Mesmo com todas as vantagens e a certeza de que não tem cheiro de mofo, poeira e as roupas são conservadas e limpinhas, principalmente por parte dos brasileiros, há certo preconceito com relação as Second Hands. Acredito que porque no Brasil não se tem a cultura tão forte de brechós como se tem por aqui. Mas pode acreditar, depois que descoberta, elas passam ser a principal opção de compra.

Cunho social 

E saindo da perspectiva da moda, compras e consumismos, aqui na Irlanda todos os brechós têm um cunho social e as rendas são destinadas a uma causa. O que é ainda melhor: economizar e fazer uma ação social, - já que assim como no Brasil, o número da população carente e de baixo poder aquisitivo é bem elevado. E para os adeptos ao trabalho voluntário, essas lojas estão sempre de braços abertos para os interessados em ajudar na loja.

Brechós modernos/online

Já que o assunto são roupas e acessórios usados, por aqui também é bem comum a prática de vender através de grupos no Facebook. Eu mesma comprei todo o meu enxoval de inverno em Brechós e de pessoas que desejavam se desfazer das suas coisas. O principal ponto de entrega das mercadorias fica embaixo do monumento histórico de Dublin no centro da cidade (Spire) e por muitos brasileiros é chamado de 'mercado negro', por serem também vendidos medicamentos, acessórios para cama, mesa e banho, além de roupas, sapatos e tudo mais que desejar vender/comprar.

Fotos: Google Imagens

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