terça-feira, 18 de agosto de 2015

Trabalho na Europa...

A escolha da Irlanda para ser meu país do coração foi também por possibilitar alguns benefícios aos intercambistas. Entre eles além de seis meses de estudo, a oportunidade de trabalhar pelo mesmo período de tempo. (Lembrando que as regras vão mudar e a partir do próximo mês o visto cai de um ano para oito meses...)

Eu procurei trabalho part-time durante as aulas mas foi realmente complicado conciliar, isso porque eu estudo 20 horas semanais (9 às 13h) e muitos trabalhos iniciam 13h ou 14h. Outro fator que pesa é que eu moro um pouco afastado do Centro, o que impossibilita minha chegada. Mas como minha prioridade era estudar e completar meu curso dei andamento ao meu objetivo! Lembrando que em muitas escolas a carga horária é menor que a DCU.

CENÁRIO
Encontrar emprego por aqui não é uma opção muito fácil, mas é o desejo de qualquer intercambista ou alguém que se aventura a vir morar na Irlanda, até porque, o custo de vida aqui é bem alto. Ainda mais para quem ainda está convertendo a moeda. Falando nisso... o euro não para de subir! (E a exploração por aqui rola solta. Isso porque tem brasileiros vendendo euro por valores em torno de R$ 4,10).

Dizem que os melhores meses para garantir o euro de cada mês é os de verão, quando o país recebe muitos visitantes, época que são realizados muitos festivais, shows e também por as pessoas estarem mais dispostas a sair e se divertir, afinal, tem sol né?! (Só as vezes)

Esses dias, conversando com um rapaz em uma loja de telefonia ele estava explicando como funciona mais ou menos o mercado em Dublin...

Meses promissores para quem almeja encontrar trabalho são outubro, novembro e dezembro, logo, agosto e setembro é tempo de entrega e envio de currículo. Esses meses são os que antecede o período de natal e as empresas contratam em massa. Porém, da mesma forma que contratam, demitem, então é importante o empenho para tentar agarrar a oportunidade e continuar na empresa!
Lembrando que maior parte dos lugares não aceitam o CV e pedem que cadastre nos sites ou fique de olho em sites de empregos (Como o Jobs. ie; jobs.donedeal.ie; Irishjobs.ie; Indeed.com; RecruitIreland.com).

O mês de janeiro é de baixa, assim como no Brasil e em todo lugar do mundo... Mês de pagar impostos e período pós compra de presentes...

Lembrando que esse é o cenário geral e não é regra que determinam que pessoas vão ou não conseguir emprego. Até porque é bem comum ouvir por aqui que é fácil e de outros que é impossível encontrar emprego. Claro que vai de acordo com o empenho, determinação e CV da pessoa.

Aqui não importa se você tem graduação, pós ou doutorado, todos estão no mesmo barco para trabalhar de cleaner, housekeeper, kitchen porter, barista, waiter... enfim! O negócio é estar de mente aberta e disposto a viver diferentes realidades.

Vale destacar que outro agravante são a preferência para quem é europeu. Ao se aplicar para uma vaga você estará concorrendo com outras pessoas e isso quer dizer que as outras podem ter mais experiências que você, ter o passaporte europeu. Mas isso não pode ser motivo para desânimo. Muitos empregadores dão preferência para aqueles que possuem o tal passaporte vermelho e portanto, tem menos restrições quanto ao visto de um ano.

Na última semana, conversando com um colega, ele me relatou outra dificuldade em relação do PPS. Um documento que é como o nosso CPF e se faz necessário na hora de conseguir o emprego. A diferença é que meses atrás qualquer um que chegasse na Irlanda e tivesse regularizado com a Imigração poderia fazer o seu. Hoje as coisas são diferentes... Só é possível tiver o PPS ao conseguir o emprego. Dessa forma o próprio empregador emite uma carta para o empregado ir até uma das centrais e dar entrada no documento.
Mas o que tem que dificuldade nisso? 
Acontece que como quem já tem o PPS tem prioridade, a pessoa que nunca trabalhou acaba não tendo oportunidades. E o que fica no ar é o seguinte: já que temos direito ao trabalho, porque é tão difícil conseguir?

Sem falar que as exigências estão cada vez maiores...
Para funções simples como cleaner solicitam fluência na língua (o que a maior ainda não tem, pois buscam a Irlanda para justamente esse objetivo); no trabalho de au pair e por vezes também de cleaner pedem que a pessoa tenha o seu próprio carro; em outros casos exigem que a pessoa tenha uma terceira língua (além da nativa e do inglês) e outros fatores que estão cada vez mais selecionando quem irá ou não trabalhar.

CV...
Nos EUA é Resume, aqui é chamado de CV. Muitas vezes ele nem é solicitado por aqui, mas é importante ter.
Na DCU eu tive aula de elaboração de CV e fiz o meu profissional na versão inglês, mas elaborei um para cleaner, garçonete, um geral que resume todos, de au pair... Até porque aqui é atirar para todos os lados e conseguir o pão de cada dia. 
Diante das dificuldades, uma colega até fez um cartãozinho com todas as atividades que realizava e distribuiu nas casas. Nessa brincadeira ela descolou vários serviços de cleaner. Aí vai muito o famoso jeitinho brasileiro...

AS AU PAIR

Diante da proximidade de concluir o meu curso o desespero foi batendo, até porque o desejo é ficar um ano na Irlanda... A outra opção que eu tinha era fazer uma viagem pela Europa e retornar para o Brasil no mais tardar Outubro. Mas claro que eu não entregaria os pontos assim né?!
Então eu me cadastrei nos principais sites para Au Pair... Entre eles: Au Pair in Ireland; Kangoroo, Au Pair Ireland, rollercoaster). O Kangoroo foi o que eu mais me empenhei e me dediquei a procurar famílias.
E o interessante é que você pode colocar a data que você pode começar, ou seja, mesmo estando distante do mês de início você pode encontrar famílias interessadas na mesma data. E então marcar entrevistas. 
Lembrando que as vantagens de trabalhar como au pair é que você não tem gastos com moradia e alimentação, o que já dá uma aliviada. Sem falar que você pratica o inglês diariamente, conhece e mergulha na cultura local e de quebra ainda supri um pouco a falta daquele ambiente família...
No total, eu dediquei uma semana procurando a tal vaga de au pair. Fiz um CV bem atrativo, com uma foto bacana ao lado de uma criança, falei sobre mim, minhas características e ao final fiz uma carta destinada a família.
Eu acessava diariamente o site e visualizava em torno de 400 perfis de famílias. No total mandei mensagem para 50 mães/pais e conversei via email e celular com 10. Fui apenas a duas entrevistas entrevistas e escolhi a segunda pelas facilidades que a família ofereceu, também pela qualidade de vida que vou ter e a afinidade com a família (que foi grande, Graças a Deus!).

SOBRE A MINHA FUTURA FAMÍLIA...

Eu vou morar há 45 minutos de Dublin, em Laytown, no litoral em um condomínio de frente para o mar (Como diz mamãe, a praia deve realmente me seguir). A família é pequena, o pai é Francês, a mãe de Connemara (um local lindo aqui na Irlanda) e possuem apenas uma filha, a Bláithín, de 10 anos. Ela é uma menina bem ativa, que gosta de brincar com os amigos e de nadar. (Inclusive uma das exigência que a mãe faça é que eu vá para academia com a filha para nadar em uma piscina com vista para o mar (chato né?! rs)

O início está previsto para a segunda semana de setembro mas já tive a oportunidade de estar junto da família duas vezes (no momento da entrevista e no outro dia em que a mãe estava de folga). Lembrando que a Rose faz questão de me convidar e passar momentos juntos antes do início do trabalho justamente para eu ir me habituando. Achei isso muito legal, inclusive. Na próxima sexta será a terceira vez que visitarei a família...

Eles são bem comunicativos e até brinco que são brasileiros, pela desenvoltura que tem, simpatia, toda hora perguntando se estou bem, se preciso de algo. Eu atribuo isso ao fato da Rose ter morado em outros países, o que deve ter deixado ela mais solta. (Aqui os Irish costumam ser mais na deles, quietos).

No dia da entrevista, quando conheci a casa a Rose me mostrou dois quartos que estão desocupados e me pediu que eu escolhesse o que melhor me agradava. Me perguntou o que eu precisava no quarto e marcamos de ir ao shopping juntas escolher as coisas para o meu futuro quarto.

Bom, diante de tudo isso a expectativa é que tudo seja maravilhoso... difícil não ser né?!
Quando eles forem viajar eu posso ir junto, assim como tenho a liberdade de ficar na casa ou se passar o final de semana com amigos em Dublin. Para chegar até a capital basta pegar ônibus ou o trêm, já que tem uma estação próximo ao condomínio da família.

Um poucos dos meus primeiros momentos com a família...

Condomínio da família
Minha futura casinha...
Essa será minha companheira de todas as horas...
Levando o auau para passear...
Divisa do rio com o mar...
Gosto taaando de Praia...
No meu segundo dia com a família entramos no carro e a mãe foi parando na casa dos amigos e me apresentando. Um clima super legal, tipo do Brasil, conversando com vizinhos, perguntando das novidades, se eles precisavam de algo. E Rose falou que o clima lá é bem assim, e que se eu precisasse de algo quando ela não estiver é só recorrer aos vizinhos. Então fomos buscando os amigos de Bláithín e levamos todos para passear na praia! 



Pensa em um vento?!

Pensa em uma água congelante? A sensação são de milhões de faquinhas/agulhas entrando no seu corpo! 
Aqui ainda é possível encontrar conchas... em alguns lugares do Brasil elas não existem mais!


Difícil tirar uma foto sem que o vento atrapalhe!






Aqui o bem estar do cachorro vem em primeiro lugar... então eles colocam ela na mala para que possa curtir um dia de praia... na praia é liberado correr, ficar na areia e entrar na água. No Brasil ficamos receosos porque depois tem que dar banho no cachorro, secar, que ele não pode entrar no carro molhado, com areia, enfim... achei bem interessante essa visão deles!
Acho que esse será meu lugar favorito da casa (Sala de primavera)
Vista da cozinha...
O cantinho da uaua... (quintal)

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