A solidariedade e a qualidade de
ajudar alguém não estão associadas apenas em ações destinadas aos menos
favorecidos, mas em todos os momentos do nosso dia.
Aqui em Dublin, na Irlanda,
estou aprendendo isso na prática. No meu primeiro dia no país já vi que a
cultura daqui é bem diferente da que aprendi no Brasil.
Mesmo com as dificuldades que
encontrei ao falar o idioma, todos, sem exceção, estão dispostos a te ajudar e
fazer o que for necessário para te entender e se fazer entender. Tudo bem que a
Irlanda é um dos lugares que mais recebem intercambistas no mundo. Mas para ser
sincera, não sei se o Brasil estaria disposto a ter o mesmo comportamento.
O que me deixa mais esperançosa é
que com a grande quantidade de brasileiros que vivem na Ilha Esmeralda (10% dos
imigrantes, sendo que atualmente o país tem mais de 39 mil intercambistas),
talvez sejam os que estejam aqui que farão a diferença ao retornarem para o
nosso país.
Mas como nem tudo são flores,
aqui também tem muitos pedintes pela rua. Em todos os lugares é possível
encontrá-los. A diferença é que as pessoas estão dispostas a ajudar. Agora a
cultura de dar dinheiro ou não, fica a critério de cada um de acordo com seus
princípios e prioridades.
Além das pessoas, no modo geral,
serem bem prestativas, sempre dispostas a ajudar, por aqui também é comum a
prática do trabalho voluntário. Alguns estudantes ao chegarem no país procuram
como uma forma de se habituarem com o inglês, até que consigam um trabalho
remunerado.
O tema é bem comum também entre
os nativos. Muitos profissionais dedicam parte do seu tempo livre buscando
melhorias para a população e também para os seus colegas de trabalho. Além das
horas remuneradas, muitos deles, estendem seu horário sem ganhar nenhum centavo
a mais para trazer melhorias para a sociedade ou para melhorar o nível de
eficiência do seu trabalho. Difícil imaginar isso por aí, até porque, muitos
defendem a cultura de cumprir horário e não a de mergulhar de cabeça e trazer
melhorias.
O que fica para nós brasileiros?
O exemplo de um lugar que está bem à frente de nós no quesito solidariedade, e
o estímulo para buscar a cada dia, sermos melhores como ser humano, como
cidadão e também como profissionais!
Texto para a Coluna Solidariedade do Jornal Folha da Cidade
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