segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Tricks or Treats?

Há três semanas as casas já começavam a ter uma nova roupagem, diferentes e aterrorizantes enfeites e o clima do Halloween já começava a tomar conta de todos os cantos. Claro que, o ideal é que as decorações sejam colocadas apenas uma semana antes da tão esperada data, porém, quem disse que as crianças aguentam esperar?! 












Eis que o dia tão esperado chegou. E quer saber? Eu que sou do Brasil e acostumada com no máximo festas promovidas por cursos de inglês, mal esperava o que estava por vir! E a surpresa foi das melhores!

Fantasias das mais diferentes possíveis (não apenas daquelas que dão medo), fogos de artifícios, crianças indo e vindo pelas ruas, cada casa mais aterrorizante que a outra e o barulho constante das campainhas acompanhado de: Doces ou Travessuras?









Eu fiz questão de ajudar na decoração e juntamente com Bláithín e demais crianças fomos de casa em casa. É incrível ver o sorriso de cada uma delas ao ver suas sacolas cada vez mais cheias de doces. A disputa era de quem conseguiria mais! 



Os adultos também não deixam por menos e entram no clima. Pintam seus rostos e colocam fantasias, além de acompanhar os pequenos de casa em casa (que por sinal, é uma tarefa árdua... as crianças fazem questão de bater de porta em porta, mesmo daquelas que não tem nenhuma decoração, a esperança de mais doces faz com que eles sejam bem persistentes).


Um pouco sobre o Halloween

A origem do Halloween vem dos celtas, um povo que viveu há aproximadamente 2 mil anos atrás nas regiões onde hoje ficam a Irlanda, o Reino Unido e o norte da França.
Eles criaram um festival chamado Samhain, que significa “final do verão” em Irlandês e que celebrava o fogo. O inverno, a estação na qual a escuridão é maior, marcava o início do ano celta que depois progredia para a luz, com o aflorar da primavera, o verão e por fim, o outono. Portanto, dia 31 de outubro, era considerado o último dia do ano celta.
Eles acreditavam que este dia de “passagem” começava com a escuridão e progredia para a luz e por isto as comemorações começavam ao anoitecer do dia 31 de outubro e continuava durante todo o dia seguinte.
Durante a celebração eles se fantasiavam com cabeças e peles de animais e previam o futuro uns dos outros e os druidas (altos membros da sociedade celta) apagavam as chamas dos velhos fogos e acendiam novos fogos simbolizando o rito de passagem do velho para o novo.
O festival sofreu influências da cultura Romana e do Cristianismo durante a história, e até acredita-se que a igreja católica tentou substituir o festival celta (pagão) por um feriado religioso católico. A celebração se chama All-hallows Day (Dia de Todos os Santos) e a noite que o antecedia, o Samhain, começou a ser chamado de All-hallows Eve (Véspera do Dia de Todos os Santos) e mais tarde se tornou Halloween. Por volta do ano 1000 a igreja criou o Dia de Finados, para honrar os mortos. Juntas, estas três celebrações: Véspera do Dia de Todos os Santos, Dia de Todos os Santos e Dia de Finados é chamado de Hallowmas.
Justamente por ser um período de transição, as barreiras entre o nosso mundo e o “outro mundo” ficam instáveis, possibilitando que  as almas dos que já se foram e outros espíritos, como a puka, as banshees e fadas se tornem  visíveis no mundo dos vivos…
Não que os espíritos queiram causar mal, mas eles são conhecidos por se ofenderem muito facilmente! Acredita-se que os espíritos levam muitas coisas deste para o outro, como leite, comida e até mesmo criancinhas!
Já que é melhor não arriscar, as pessoas acendiam (e acendem) grandes fogueiras e se fantasiam, para que os espíritos se confundam e não saibam quem é deste ou do outro mundo!
Algumas das estratégias para espantar os espíritos incluem fazer muito barulho (dá-lhe festa!) e acender uma vela na frente de casa dentro de uma abóbora; originalmente estas “lanternas” eram feitas de nabo e os rostos (caretas) esculpidos nelas reforçam a idéia de espantar os espíritos. Ah, e colocar alimentos do lado de fora de casa, como oferendas, era também uma prática bem comum.

Halloween na Irlanda


E o que o Drácula tem a ver com isso?

Muitas criaturas assustadoras ficam marcadas para sempre na história, originando ou se tornando mais conhecidas através da literatura, como é o caso do monstro criado pelo Dr. Frankenstein, da autora inglesa Mary Shelley; e do Drácula, do autor irlandês Abraham (Bram) Stoker.

Bram Stoker (que aliás morava aqui em Dublin na casa número 15 na rua Marino Crescent…) se inspirou nas estórias sobre vampiros e lobisomens da Transilvânia para criar seu personagem Vlad Tepes, mas a Irlanda também deu sua contribuição através de estórias sobre pessoas serem enterradas vivas por causa das doenças durante a Grande Fome e das lendas de “mortos-vivos” que foram forçados a andar nesta terra à procura de sangue. Acreditava-se que estas almas tinham o sangue ruim, em gaélico, droch fhola, que se pronuncia algo como Drac ula.

Fonte: Vida na Irlanda

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